domingo, 6 de abril de 2008

“I WANT IT ALL, AND I WANT IT NOW”

“Foi um misto de orgulho e tristeza. Com a morte de Fred, sinto que parte de minha infância também morreu.”

George Michael, em um documentário produzido em 2000, ao comentar a emoção de interpretar “Somebody to Love” no “Tributo a Fred Mercury”, realizado no estádio de Wembley, na Inglaterra, em abril de 1992.

“Sentirei sua falta, todos sentiremos”.

Elton John, sobre Fred Mercury, no mesmo documentário.

“Os anos 70 foram uma época de maior liberdade, onde as pessoas não tinham medo de experimentar. Esse espírito era a base do rock n’roll. Atualmente, tal comportamento não é possível , e nossos jovens precisam ter consciência disso.”

Annie Lennox, idem.

O que posso dizer sobre tudo isso? Não sei ao certo.
Explico: tinha 10 anos quando tal show foi realizado, a TV a cabo ainda não era de tão fácil acesso, e tive que me contentar em assistir a um compacto do evento transmitido pela então “Rede Bandeirantes”.

Atualmente, o show [ou partes dele] pode ser encontrado no Youtube. Sei pouco sobre tal tema, certo ?

Ainda bem que inventaram algo chamado “DVD” e pude, há alguns anos, assistir ao “TRIBUTO” na íntegra.

Hoje, no entanto, estava “zapeando” e – o acaso não existe – me deparei com o tal documentário [passava no"The history channel"], de onde extraí minhas epígrafes. Todavia, ainda é pouco. Porque a AIDS ainda é um grande mistério.


O que foi a “PRAGA GAY”?
Incrível, ainda há pessoas que pensam assim.
Pior: há quem considere “suicida” alguém que tenha falecido em decorrência da AIDS (a não ser, é claro, se a pessoa contraiu o vírus devido a uma transfusão de sangue contaminado, recém nascidos, etc.); a necessidade do “politicamente correto” nesta sociedade hipócrita é irritante. Tal postura, incrivelmente arrogante.

Enfim, não sei o que é “PRAGA GAY”, e essa denominação não poderia ser mais infeliz. Contudo, o que, de fato, me deixa extremamente triste é que pessoas “aparentemente bem informadas, cultas e espiritualizadas” possam ser tão preconceituosas, a ponto de julgar o comportamento alheio, e rotular: “MORREU DE AIDS PORQUE USAVA DROGAS E ERA PROMÍSCUO? É SUICIDA!”.

MUITO OBRIGADA, SENHOR DONO DA VERDADE, PELA RELEVANTE INFORMAÇÃO QUE MUDARÁ O CURSO DAS NEGOCIAÇÕES PELA PAZ NO LÍBANO.

Citarei George Michael, mais uma vez, e sua canção “Careless Whispers”:

“A ignorância é doce. Não há conforto na verdade, porque a dor se encontra dentro dela”.

Resumindo: Nos anos 70 e em boa parte dos “80” havia um espírito de “Eu quero tudo, e quero agora” (tradução do título deste escrito e versos de uma canção do Queen, intitulada, adivinhe: “I want it all”).
Não julgo tal comportamento,não defendo a promiscuidade, o uso de drogas, a falta de cuidado ao relacionar-se sexualmente e, tampouco, os “SORO POSITIVOS FAMOSOS QUE FIZERAM A PASSAGEM”. Apenas penso ser simplista “jogar tudo em uma panela” e rotular.
No entanto, é assim que funciona o sistema. Infelizmente.

Quero me lembrar de Fred Mercury como o grande – o maior – cantor de rock de todos os tempos; no fim, isso é o que importa.
Ah, preciso dizer: sinto muita saudade; não há herdeiros de tamanho talento – infinito, único, extravagante, esplêndido.

Finalizo meu escrito com uma singela homenagem: alguns versos da mais bela canção do Queen, intitulada
“Bohemian Rapsody”:

“Open your eyes,
Look up to the sky and see…
I’m just a poor boy, I need no sympathy
Because I’m easy come, easy go,
A little high, a little low
Anyway the wind blows, doesn’t really matter to me
To me”.


Love you, Fred.


São Paulo, 16 de setembro de 2006.




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